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Mostrando postagens com o rótulo Tarô de Marselha – Revista Almanaque Planeta Tarô

Tarô de Marselha — O Louco (Inconsistência)

O Louco (Inconsistência) O Arcano da Busca e do Amor. Descrição da simbologia — Ponto último ou inicial do tarô, O Louco se distingue pela ausência de cifra, para significar que está à margem de qualquer ordem ou sistema.  A alegoria mostra um homem de costas, mas com o rosto bem visível, caminhando com um bastão na mão e segurando no ombro um pau em cuja extremidade há uma sacola — símbolo de potencialidades.  Seu traje de cores desencontradas indica as influências múltiplas e incoerentes a que se submeteu.  Sua perna esquerda — inconsciente — é mordida por um cão, fato que poderia significar um resíduo de lucidez.  A situação a que se expôs não significa ausência de espiritualidade nem impossibilidade de salvação — seu estranho gorro e o cinto são amarelos.  O arcano é irracional, correspondendo ao instinto ativo e capaz de sublimação, mas também à cega impulsividade e à inconsciência.  Simboliza a utilização do anormal e do inconsciente para inverter uma ordem maligna

Tarô de Marselha — O Julgamento (Mudança)

O Julgamento (Mudança) O Arcano da Ressurreição. Descrição da simbologia — O arcano vinte simboliza a revelação dos desígnios ocultos das forças divinas do homem.  A imagem apresenta, na parte superior, um anjo tocando uma trombeta e, na parte inferior, três personagens, um dos quais de costas, em atitude de prece.  O personagem central, de costas, levanta-se de uma espécie de túmulo verde (regeneração, ressurreição).  Os três personagens simbolizam a trindade humana: homem, mulher, criança.  Segundo vários autores esta carta apresenta a conhecida cena da ressurreição dos mortos e do Juízo Final, quando o anjo do Apocalipse ressonará sua trombeta.  O anjo apresenta-se diante do signo solar, reforçando essa ideia: com a luz e o som da trombeta o anseio de ressurreição do homem será “despertado”.  Nas representações medievais do Juízo Final, os mortos surgem dos seus túmulos completamente nus, embora não fosse costume da época enterrar os cadáveres dessa maneira.  Segundo tr

Tarô de Marselha — O Sol (Felicidade)

O Sol (Felicidade) O Arcano da Intuição. Descrição da simbologia — A lâmina dezenove simboliza o momento de máxima atividade do espírito, que, na sua dupla irradiação — calórica e luminosa, estabelece o contato com a energia universal.  O disco solar está rodeado de raios alternadamente curvos e ondulados — uma alusão aos efeitos de luz e calor do astro. É uma emanação fecunda e fina, e não errante como A Lua, e revela, por isso, a realidade das coisas no seu aspecto imutável.  O Sol ilumina dois meninos que vestem apenas uma tanga azul e uma espécie de colarinho do mesmo tom que a pele — imagem da inocência e da felicidade que a simplicidade da vida confere.  Um dos meninos coloca sua mão esquerda na altura do plexo solar de seu companheiro.  Este par pode ser também uma alusão ao signo zodiacal de Gêmeos, que, por sua vez, é relacionado ao verão, estação onde reina o Sol.  Wirth vê neles os filhos da luz e uma alegoria às bodas do sentimento e da razão, ou, ainda, a taref

Tarô de Marselha — A Lua (Desapontamento)

A Lua (Desapontamento) O Arcano da Inteligência instintiva, dos ciclos vitais. Descrição da simbologia — O arcano dezoito representa a Lua nas situações específicas simbolizada pelos outros elementos que compõem a estampa: a “via iniciática lunar”, carregada de um sentido negativo e fúnebre, em oposição à “via solar” do arcano dezenove. Retrata o mundo das aparências que enganam.  A alegoria apresenta o astro noturno iluminando os objetos com sua luz refletida e indefinida.  Ao mesmo tempo cheia e crescente e apresentando um perfil provavelmente feminino, lança à terra dezenove manchas de cor em forma de lágrimas.  Abaixo dela, duas torres amarelas, uma de cada lado, perdem-se no horizonte. Diante das torres, dois cães ladram à Lua, e, abaixo destes, aparece um enorme caranguejo em meio às águas azuis.  As torres que se elevam ao fundo advertem que o domínio da Lua está guardado por perigos: atrás delas haveria lendas e contos cheios de fantasmas, uma montanha e um precipí

Tarô de Marselha — A Casa de Deus (Catástrofe)

A Casa de Deus (Catástrofe) O Arcano da Libertação e da Construção. Descrição da simbologia — O arcano dezesseis simboliza a ação das forças celestes — catástrofe — sobre a matéria, quando esta se ausenta totalmente do espírito.  A alegoria mostra uma torre fulminada na parte superior (cabeça) por um raio.  Trata-se de uma das mais remotas imagens para representar a aniquilação como consequência do orgulho.  Os ladrilhos da Casa de Deus são cor de carne, para reforçar a associação dessa construção com o ser humano.  Os empreendimentos humanos puramente materialistas condenados a desabar.  A fragilidade humana frente a forças que desconhece. Representação abstrata — A dissociação mental a que conduz todo o excesso de segurança em si mesmo.  A efemeridade das vaidades.  Sentido positivo: crise saudável, desconfiança em si mesmo; parto; inquietação por causa de empresas temerárias ( Temerário – 1. Arriscado, imprudente, perigoso. 2. Arrojado, audacioso, atrevido; precip

Tarô de Marselha — A Temperança (Paciência)

A Temperança (Paciência) O Arcano da Inspiração e da Alquimia. Descrição simbólica — O arcano quatorze simboliza a harmonização das forças naturais masculinas e femininas através da transmutação de energias mais inferiores em outras mais elevadas.  É figurado por um ser alado, com túnica vermelha, azul e amarela, vertendo água de uma urna para outra. Sua ação expressa a transformação que experimenta a água — seiva conduta de vida — e traduz as incessantes operações que ocorrem em todos os reinos da natureza.  As asas reforçam o sentido da Temperança ( 1. Qualidade ou virtude de quem é moderado, ou de quem modera apetites e paixões; sobriedade. 2. Moderação, comedimento, temperamento. 3. Economia, parcimônia . ) como resultado de um trabalho constante de metamorfose espiritual, através do qual os sentimentos e emoções mais densas são sublimados em potencial psíquico e criador.  Hermafrodita, o personagem é o símbolo da conjunctio oppositorum alquímica, identificada, por Jung,

Tarô de Marselha — A Morte (Transformação)

A Morte (Transformação) O Arcano das Transmutações e da Vida Eterna. Descrição da simbologia — O arcano treze simboliza o fator de transformação que destrói para construir.  Figurado pela conhecida alegoria do esqueleto — que aqui maneja uma foice — representa a morte, que, em todos os domínios, significa o fim de um ciclo e o começo de outro.  Tanto o esqueleto como os restos humanos espalhados no prado são rosados — e não cinzas — para reforçar o caráter de ambiguidade da imagem.  Não só para os antigos como também para a ciência moderna, da mesma forma que a vida está intimamente ligada à morte, a morte é o manancial da vida.  O simbolismo é o mesmo que o de Saturno, que poda as árvores para que novos galhos possam crescer.  Em outras palavras, é necessário destruir a forma sem aniquilar o fundamento.  O próprio esqueleto simboliza a íntima e oculta perduração das coisas. A destruição que antecede o rejuvenescimento pode ser associada ao simbolismo do planeta Plutão —

Tarô de Marselha — O Enforcado (Penitência)

O Enforcado (Penitência) O Arcano da Fé, da Aspiração Espiritual. Descrição da simbologia — Simboliza a sujeição e o sacrifício a tudo o que é antinatural, nos domínios do micro e do macrocosmos, em nome de um ideal.  O arcano doze — número de expiação e salvação espiritual — apresenta a imagem de um personagem de cabeça para baixo, suspenso por um pé que está amarrado, por uma corda, a uma viga apoiada entre duas árvores, cada uma com seis ramos cortados.  É um dos simbolismos mais complexos de todo o tarô.  A suspensão no espaço e sacrifícios semelhantes entram nas práticas cultuais de muitos povos da humanidade: infligia-se esse martírio aos cristãos dos primeiros séculos.  Está também relacionada à ideia de levitação, voo onírico, proveniente de um isolamento místico. A posição invertida traduz por si mesma a ideia de purificação, por subverter a ordem terrena ou natural.  Os doze ramos cortados fazem alusão à extinção das doze principais expressões da vida humana, simbo

Tarô de Marselha — A Força (Verdade)

  A Força (Verdade) O Arcano da Virtude e do Predomínio da Qualidade. Descrição da simbologia — O arcano onze do tarô simboliza a luta da inteligência contra as forças bestiais da natureza.  É figurado por uma jovem que, aparentemente sem esforço, doma um furioso leão, cujas mandíbulas mantém separadas.  Wirth assinala, como detalhe de maior interesse nessa imagem, o fato de que a jovem não mata o leão, mas o aperta contra seu corpo. Isto significa que não se deve menosprezar o inferior, mas dominá-lo e utilizá-lo.  Ou, como ensina a alquimia: não se deve — e a rigor nem é possível — destruir o vil, mas sim transmutá-lo no superior.  A alegoria encerra, também, a noção de sexualidade: a goela aberta do leão situa-se à altura da vagina da jovem.  Alusão zodiacal — Leo dominado por Virgo. O leão é o único signo do zodíaco em que o sol se encontra em domicílio, em “força”.  O arcano todo simboliza a força enquanto triunfo da inteligência sobre a brutalidade. Representação

Tarô de Marselha — A Roda da Fortuna (Mudança)

A Roda da Fortuna (Mudança) O Arcano dos Ciclos e da Natureza Caída. Descrição da simbologia — Décimo arcano do tarô.  Figurado pelo simbolismo geral da roda ou do círculo, representa o princípio de eterno movimento das forças cósmicas - micro e macro — que ninguém e nada pode deter.  Fatídica e irreversível, flutua sobre o caos oceânico.  A roda está presa a duas colunas por um eixo, cuja manivela movimenta duas efígies, uma de cada lado. À direita, Hermanubis — gênio das forças construtivas da existência — esforça-se para subir ao ponto mais elevado, enquanto, à esquerda, Tífon — gênio das forças destrutivas — é precipitado para baixo. O equilíbrio dessas forças contrárias de expansão representa o princípio de polaridade. No alto, a efígie imóvel é uma alusão ao mistério das coisas, ao destino — sorte ou fortuna — sempre pronto a impulsionar à direita ou à esquerda.  O simbolismo da roda através dos tempos é muito variado. Na antiga astrologia, significava a vida do espír