Uma coisa tem sido dita repetidas vezes no decorrer dos tempos.
Todas as pessoas religiosas têm afirmado que: “Sozinhos nós chegamos a este mundo, e sozinhos partiremos”.
Toda ideia que envolve estar junto é ilusória.
A própria ideia de companheirismo aparece porque estamos sós, e o isolamento fere. Queremos neutralizar nosso isolamento com relacionamentos...
Por isso é que nos deixamos envolver tanto com o amor.
Tente entender a questão.
Normalmente você pensa que se apaixonou por uma mulher, ou por um homem, porque ela é bela, ou ele é belo.
Essa não é a verdade.
A verdade é exatamente o contrário: Você “caiu no amor” porque não consegue ficar sozinho.
Você estava mesmo pronto para “cair”.
De uma maneira ou de outra você iria fugir de si mesmo.
E existem pessoas que não se apaixonam por mulheres ou homens ― então se apaixonam pelo dinheiro.
Elas passam a acumular dinheiro, ou embarcam na aventura do poder ― elas se tornam políticos.
Isso também é fugir do próprio isolamento.
Se você observar o Homem, se observar com profundidade a si mesmo, ficará surpreso: todas as suas atividades podem ser reduzidas a uma única origem.
Essa origem é o medo que você tem de estar só.
Tudo o mais são apenas desculpas.
O motivo verdadeiro é que você se sente muito só.
Osho Take it Easy, Volume 2, Cap. 1
Comentário:
Em alguma tardezinha encantada, você irá encontrar a sua alma gêmea, a pessoa perfeita que corresponderá a todas as suas necessidades, e será a concretização de todos os seus sonhos.
Certo? Errado!
Essa fantasia que os cantores e os poetas gostam tanto de perpetuar tem suas raízes em memórias do útero, onde estávamos tão seguros e “unificados” com nossas mães; não é
de admirar que sejamos obcecados por retornar a essa condição durante toda a nossa vida.
de admirar que sejamos obcecados por retornar a essa condição durante toda a nossa vida.
Mas, falando numa linguagem crua, é um sonho infantil.
E é surpreendente que nos apeguemos a ele com tanta teimosia, diante da realidade.
Ninguém seja o seu atual companheiro ou alguém com quem você sonha no futuro, tem a obrigação de trazer-lhe à felicidade numa bandeja ― nem poderia, ainda que quisesse.
O amor verdadeiro não advém de tentativas de satisfazer nossas necessidades por meio da dependência com relação à outra pessoa, mas por meio do desenvolvimento da nossa riqueza interior, e do nosso amadurecimento.
Com isso, passamos a ter tanto amor para dar, que amantes serão espontaneamente atraídos por nós.
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