As Cartas do Tarot e as possíveis
Associações Terapêuticas
O tarô utiliza-se dos arquétipos do inconsciente coletivo para nos mostrar, por meio de importantes mensagens, aspectos nossos abandonados ou deixados de lado por alguma motivação consciente ou não.
A sincronicidade entra na escolha de cada uma das cartas pelo consulente ou pelo tarólogo. O consulente concentra-se em um determinado aspecto de sua vida.
O tarô responderá de acordo com a energia psíquica que aquela pessoa desprende no momento da jogada.
O Louco
“O louco é o andarilho, enérgico, ubíquo e imoral” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Representa a pessoa que precisa soltar-se mais, precisa esquecer o passado, as mágoas e impulsionar em direção à vida e ao futuro.
Pode representar pessoas que tem um louco dentro de si, mas tornaram-se metódicas e enfadonhas, atingindo muita depressão ou desespero sem motivo.
Pode evocar estados de síndrome do pânico, onde toda a energia represada precisa ser solta de alguma maneira.
Também evoca a energia presa que gera estados de Transtorno Obsessivo Compulsivo.
O Mago
“O mago é capaz de realizar sua mágica diante de nós, bastando para isso que assistamos às suas representações.” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Representa o adolescente, que acaba de começar a sua jornada ou alguém que acaba de começar uma coisa nova.
Pessoas muito ligadas com o superficial, identificadas quase que totalmente com o ego, que precisam do outro para se sentir queridas, amadas ou reconhecidas.
Falta de reconhecimento da realidade, pessoas muito iludidas ou presas a fantasias.
A Sacerdotisa
“Dela é o reino da profunda experiência interior; dela não é o mundo do conhecimento exterior” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Representa a pessoa que não consegue se ligar à sua espiritualidade por não estar ligada ao seu lado feminino.
São mulheres com dificuldades no feminino sagrado e homens que não conseguem acessar sua porção mulher, gerando machismo e falta de respeito pelo feminino.
Mulheres que perderam a intuição por conta do mundo competitivo em que vivemos e do acúmulo de tarefas.
Pessoas que, em geral, precisam refazer seu contato com o seu espírito. Mulheres com forte TPM por conta desse distanciamento.
A Imperatriz
No processo terapêutico:
Pessoa travada no seu processo criativo por afastamento do seu lado feminino.
Falta de inspiração para mudar o que precisa ser mudado.
Excesso de “amor”, relacionamentos destrutivos e sufocantes.
Falta de fertilidade e de prosperidade.
Excesso de dramaticidade do real.
Pessoa ciumenta e invejosa.
O Imperador
“Aqui começa o mundo patriarcal da palavra criativa, que inicia o domínio masculino do espírito sobre a natureza.” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Falta de senso prático.
Excesso de ilusões e fantasias.
Falta de concretude.
Problemas com figuras de poder, como chefes.
Racionalizar demais como mecanismo de defesa.
Falta do princípio da ação, pessoa acomodada.
Falta contato com a realidade, vive no mundo mental, das ideias sem concretizar nada. Problemas em se destacarem do todo e em encontrar soluções na vida profissional.
O Sumo Sacerdote
“... a personificação exteriorizada da luta do homem pela conexão com a divindade – da sua dedicação à busca do significado, que coloca o homem acima dos animais” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Perda da ponte entre Deus e o homem.
Crenças infundadas.
Necessidade do outro para ver suas próprias questões.
Projeção.
Inveja.
Falta de consciência do seu poder espiritual.
Complexo de herói.
Afastamento da parte sagrada do Self.
Fanatismo religioso.
O Enamorado
“Podemos ver nesse moço a personificação do jovem e vigoroso ego, pronto para enfrentar a vida e seus problemas sem a ajuda de ninguém.” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Fragilidade do ego.
Fraqueza para tomar decisões.
Excesso de indecisão.
Processo de fuga dos conflitos.
Excesso de fantasia como fuga da realidade.
Não consegue se conectar com a mãe interna, não cortou o cordão umbilical da mãe real. Dependência emocional.
Imaturidade.
O Carro
“A jornada exterior não é apenas um símbolo da jornada interior, mas também o veículo para o nosso autodescobrimento” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Inflação do ego.
Falta de equilíbrio e discernimento.
Ter energia, mas não ter objetivos claros.
Instabilidade emocional.
Somatização de doenças por conta do emocional.
Estados de mania e ansiedade.
A pessoa que “coloca o carro na frente dos bois”.
Medos infundados.
Estagnação.
Medo de tomar as rédeas e de dirigir.
A Justiça
“O equilíbrio é a base da Grande Obra” (Aforismo alquímico apud Nichols, 1980)
No processo terapêutico:
Estado de regressão infantil.
Pessoa que usa a raiva contra os outros e comete crimes.
Auto culpa acentuada.
Falta de equilíbrio mental.
Mudanças repentinas de humor.
Em casos mais graves Transtorno Bipolar (estados alternados de mania e depressão).
Falta de responsabilidade.
Sentimento de injustiça.
O Eremita
“... o frade aqui retratado personifica uma sabedoria que não se encontra em livros”. (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Sentir solidão por distância do si mesmo (vazio da alma).
Fanatismo religioso.
Depressão.
Projeção em figuras místicas ou religiosas.
Falta de sabedoria com as experiências.
Retirar-se da vida por vontade própria.
Falta de senso de observação e dificuldade de introspeção.
Pessoa espiritualmente atacada.
Superficialidade.
Desligamento do Eu Superior.
A Roda da Fortuna
“... estamos presos no intérmino girar predestinado da Roda da Fortuna? Ou essa carta nos oferece outras mensagens, mais cheias de esperança?” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Estagnação.
Envolver-se demais com os problemas externos desconsiderando a sua essência.
Não aceitação dos fatos da vida como naturais e excesso de sofrimento por isso.
Pessoa dramática e vitimista.
Pessoa que não consegue acessar transformações e mudanças necessárias à evolução humana e espiritual.
Pessoa presa ao passado, que espera que sempre as coisas se repitam.
Não consegue mudar o comportamento e, consequentemente, não consegue mudar as coisas. Precisa entender a relação entre seu interno e seu externo.
A Força
“As energias outrora empenhadas na adaptação exterior começarão agora a preocupar-se mais com o crescimento interior” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Lado emocional exacerbado.
Ser dominado pelas emoções.
Falta de controle da raiva e do ódio.
Violência.
Doenças psicossomáticas.
A pessoa não consegue aceitar as suas emoções e elas acabam o engolindo.
Fraqueza física e emocional.
Sensualidade desequilibrada.
Indecisão quanto à própria identidade sensual.
O Enforcado
“Com as mãos amarradas atrás das costas, o Enforcado se acha tão indefeso quanto um nabo. Está nas mãos do Destino” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Falta de coragem para abandonar o velho e conquistar o novo.
Acomodação extrema.
Necessidade de se voltar para dentro para voltar como uma pessoa renascida.
Deixar-se nas mãos do Destino.
A Morte
“Na natureza nada se perde. O rei está morto. Viva o rei” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Apego.
Dificuldade de aceitar as mudanças.
Pessoas arraigadas às velhas formas e velhas crenças.
Apego a pessoas ou situações.
Carregar um cadáver que não tem mais utilidade.
A Temperança
“O tema dessa carta associa a temperança à Aquário, o carregador da água, o décimo primeiro signo do zodíaco.” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Falta de equilíbrio das emoções.
Pessoa muito fria ou muito calorosa.
Problemas em deixar fluir a vida e resolver, de forma natural, os seus conflitos.
Pessoa não consegue ver a saída porque não analisa todas as partes do problema. Problemas circulatórios.
Falta de confiança no fluxo da vida. Impaciência.
O Diabo
“Chegou o momento de enfrentar o Diabo” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
A não aceitação dos aspectos negativos do Ego como a arrogância, a inveja, a ganância, faz com que acabemos escravos deles.
Ser escravizado por sua própria sombra por medo de enfrentá-la.
Pode tornar-se uma pessoa malévola para si mesmo, descuidando de si por sentir-se culpado e gerar doenças e tragédias.
Abertura de mediunidade não trabalhada, que leva a problemas espirituais.
Falta de proteção.
Promiscuidade e mau uso da sensualidade.
A Torre
“Não há dúvida de que suas mentes e corações também eram tão frios e escuros quanto o seu ambiente e tão firmemente cerrados à possibilidade de uma intervenção milagrosa” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Preso a padrões mentais destrutivos e antigos.
Não consegue se jogar de sua prisão inconsciente.
Preso a crenças antigas ou a situações desagradáveis.
Pode representar uma pessoa que passou por uma destruição (como tragédias e problemas de saúde) e não consegue se reestruturar do trauma.
Falta de fé na intervenção divina e em si mesmo.
Falta de autoconfiança.
A Estrela
“Não usando nenhuma proteção ou máscara, releva a sua natureza básica” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Espiritualidade usada para ter poder.
Egoísmo.
Inflação do ego.
Arrogância e falta de preocupação com o outro.
Falha nos projetos.
Estagnação dos projetos de vida.
Confunde aquilo que se é na essência com a sua máscara.
Falta de contato consigo mesmo.
A Lua
“... o próprio herói está ausente” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Loucura, depressão profunda.
Não consegue enxergar as saídas para nenhum problema.
Estado catatônico.
Se perder o contato com a consciência, estados psicóticos.
Mediunidade se confunde com problemas psiquiátricos.
Perda do limite entre a razão e a loucura.
Tendência a vícios.
Baixa autoestima.
Síndrome do pânico.
O Sol
“... onde a vida não é mais um desafio a ser vencido, mas uma experiência a ser desfrutada.” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Tristeza, aprisionamento do ego, falta de autoestima e de autoconfiança.
Pessoa não consegue ser feliz com o que tem, não consegue ver as pequenas alegrias da vida.
Mau humor.
Hipocrisia.
Critica demasiada.
Orgulho.
Vaidade.
O Julgamento
“O Julgamento dramatiza o momento da ressurreição espiritual de diversas maneiras.” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Desequilíbrio.
Ficar preso na experiência em si e não na sua análise.
Resistência a mudanças.
Depressão, tristeza e falta de discernimento e senso crítico.
Racionalizar demais as emoções ou dramatizar demasiado.
Dificuldade de impor limite e dizer não.
Culpas.
O Mundo
“Chegamos à culminação da longa jornada” (Nichols, 1980).
No processo terapêutico:
Falta de elementos no ego.
Fracassos acumulados.
Pessoa que não consegue concluir o que começou, pois sente que se perdeu.
Sensação de estar perdido, de ter esquecido algo no meio do caminho.
Problemas de memória.
Falta de conscientização.
Colocar a culpa de tudo nos outros e não assume a sua responsabilidade.
Idealização demasiada das pessoas e das situações.
Veja também:
Lucia Macedo
holopedia.com.br - O Tarô Terapêutico
Simples e tão abrangente, tão eficaz em termos de ajuda ,vale a pena aliar taro e terapia.
ResponderExcluirOi amigo!
ResponderExcluirÉ, as vezes as pessoas não conseguem perceber o que esta 'pegando' em suas vidas, ver suas amarras, que elas mesmo se colocam, por influências externas ou internas. E o tarot pode auxiliar nesse sentido. Muito bom, né.
"Nós tarólogos, não estamos livres disso.Podemos fazer terapia com nosso tarot" - "Nosso terapeuta particular"...:D
Bjs.